Números inflados e vidas em jogo; A manipulação das estatísticas de aborto

DEUS PÁTRIA E FAMÍLIA

Carla Bilynskyj

7/25/20242 min read

mãos estendidas segurando uma rosa, simbolizando a vida
mãos estendidas segurando uma rosa, simbolizando a vida

A manipulação de dados sobre o aborto coloca vidas em risco e distorce a verdade para avançar uma agenda política.

O debate sobre a legalização do aborto no Brasil é permeado por dados que muitas vezes são manipulados em prol de uma agenda específica. Um dos exemplos mais emblemáticos dessa manipulação ocorreu em 2015, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) enviou um alerta ao Brasil, alegando que 200 mil mulheres brasileiras morrem todos os anos devido ao aborto. Esse número, sem qualquer embasamento em dados reais, foi rapidamente adotado pelos defensores da descriminalização do aborto, sendo propagado como uma verdade incontestável.

Em 2016, a revista Exame reportou que o Brasil registrava em média quatro mortes diárias de mulheres que buscavam socorro nos hospitais por complicações relacionadas ao aborto, totalizando 1.460 mortes por ano. Entretanto, ao analisarmos os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, vemos um quadro bem diferente. Em 2011, por exemplo, foram registradas 68 mortes por aborto no Brasil, incluindo todas as categorias relacionadas a essa prática, como "Outros tipos de aborto", "Aborto não especificado" e "Falha na tentativa de aborto".

Essas discrepâncias mostram como os números são inflacionados para sustentar uma narrativa alarmista. A pesquisa “Aborto no Brasil: o que dizem os dados oficiais?” revela que, entre 2006 e 2015, foram registrados 770 óbitos devido a abortos, sejam eles espontâneos ou provocados. Esses dados estão muito distantes dos 200 mil óbitos divulgados pela ONU e adotados pelos defensores da legalização.

Além disso, a análise dos dados do SIM entre 2006 e 2015 indica uma tendência de redução das mortes por aborto no Brasil. Em 2006, os óbitos por aborto representavam 5,7% das mortes maternas registradas no sistema; em 2015, essa proporção caiu para 4,1%. Essa redução, embora discreta, reflete um avanço na saúde materna e contradiz a narrativa de que a legalização do aborto é necessária para salvar vidas.

O estudo também especifica as 770 mortes registradas entre 2006 e 2015: 56,5% dos casos foram classificados como "aborto não especificado", enquanto apenas 12,5% foram atribuídos a falhas em tentativas de aborto. Vale destacar que o "aborto não especificado" pode envolver complicações como hemorragias, infecções ou embolias, e não se refere exclusivamente a abortos induzidos.

Esses números indicam que a maioria das mortes por aborto não está relacionada a abortos clandestinos, como muitas vezes é alegado. Na verdade, apenas uma pequena fração das mortes pode ser atribuída a essas práticas, desmistificando o argumento de que a legalização do aborto reduziria drasticamente as mortes de mulheres.

O estudo também analisou dados do Sistema de Internação Hospitalar (SIH), que registrou uma média de 200 mil internações por ano relacionadas ao aborto entre 2008 e 2015. Em 95% dos casos, o procedimento foi de "Curetagem pós-abortamento/puerperal", o que indica que a maioria das internações ocorreu após abortos espontâneos ou para tratar complicações de abortos mal realizados. Apenas 5% das internações foram relacionadas ao procedimento de aspiração manual intrauterina.

Entre 2006 e 2015, houve uma redução de 9,5% no número de internações por complicações relacionadas ao aborto, demonstrando uma melhoria nas condições de saúde das mulheres brasileiras. Além disso, a relação entre o número de internações por aborto e por parto também apresentou uma ligeira redução, passando de 106 para 102 internações por aborto para cada 1.000 partos entre 2008 e 2015.

Um dos principais argumentos do movimento pró-aborto é que a legalização da prática reduziria o número de mortes de mulheres que optam pelo aborto. No entanto, a realidade nos países onde o aborto foi legalizado é bem diferente. No Canadá, por exemplo, a taxa de mortalidade materna aumentou 94% entre 1990 e 2008, e nos Estados Unidos, a taxa passou de 10,3 para 23,2 óbitos para cada 100 mil mulheres no mesmo período.

Por outro lado, em países que restringiram o aborto, como Chile, El Salvador e Nicarágua, observou-se uma redução significativa na mortalidade materna. No Chile, após a proibição do aborto, a mortalidade materna caiu 69,2%; em El Salvador, a queda foi de 65% entre 1990 e 2015; e na Nicarágua, após a proibição em 2006, os óbitos maternos diminuíram de 93 para 36 por 100 mil habitantes.

Protegendo a Vida

Os dados mostram que a restrição do aborto não apenas protege os nascituros, mas também salva a vida das mulheres. A manipulação de informações para promover a legalização do aborto é um desserviço à sociedade.

Precisamos enfrentar os fatos com responsabilidade e trabalhar em soluções que realmente protejam a vida e a saúde de todos, especialmente das mulheres.

Carla Bilynskyj - Vereadora de Direita
Carla Bilynskyj - Vereadora de Direita

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